terça-feira, 27 de agosto de 2013

Testemunhos JMJ - parte 2 - Jennifer Gama

Nosso segundo testemunhos de graças da Jornada no Rio de J
aneiro vem agora de uma peregrina,a Jennifer, do Movimento Regnum Christi:


Para mim, o clima da jornada começou quando, no dia 24 de julho de 2013, nós, peregrinos gaúchos do Movimento Regnum Christi, encontramo-nos com os peregrinos do Regnum Christi do Recife, no ônibus que nos levava até a praia de Copacabana. Fiquei muito emocionada com o que vi e ouvi: o pessoal do Recife era super espontâneo, divertido, alegre e puro, com o coração aberto à ação do Espírito Santo. Assim que entramos no ônibus, reconheci uma carinha conhecida, a de uma menina que já era minha amiga no facebook, e então, os meninos começaram a cantar as músicas da Igreja no fundo do ônibus. Ao olhar para eles, percebi o quão espontâneo era aquele gesto, o quão puros e doces eram seus olhares e corações, e isso me comoveu. Me deu vontade de acompanhá-los na cantoria. Quando vi já os estava acompanhando nos cantos e, inclusive, puxando o canto Nova Geração dentro do ônibus. Foi muito especial o momento em que cada um dos grupos cantou o hino de seu estado, e nós ficamos brincando que o hino do Rio Grande do Sul era, na verdade, o hino do nosso país, e não do nosso estado, pois que o RS era um país independente do resto do Brasil.

Esta divertida competição gerou muitos risos entre nós, e as cantorias do ônibus nos permitiram passar a ter intimidade com o pessoal do Recife, e também entre o nosso próprio grupo, onde muitos não se conheciam direito, ou ainda não eram amigos. Foi um momento muito especial. Neste dia estavam todos de capas de chuva, pois o tempo não estava ajudando muito, e chovia frequentemente. Mas nem o tempo ruim tirou de nós a alegria. Foi ali, em meio a tantos rostos alegres, puros e divertidos, que pude enxergar a pureza de Deus no rosto dos jovens, e considero que minha Jornada Mundial da Juventude começou a partir daquele exato momento, quando senti o amor consolador de Deus por mim, e considero que passei a entrar, de fato, no clima que a Jornada propunha.

Fiquei, de fato, muito emocionada com aquele grupo pernambucano que cantava no ônibus. Para a minha surpresa, pude perceber que os cariocas passageiros do ônibus não ficaram constrangidos ou aborrecidos com os nossos cânticos, mas antes, a nossa alegria se espalhou, e percebi que os rostos dos passageiros também passaram a ficar alegres. Muitos, quando viam que precisávamos de informações, inclusive, por não conhecermos o Rio, entravam na nossa conversa para, gentilmente, nos dar a direção certa de onde precisávamos ir. Neste dia tive a certeza de que a alegria de Deus contagia muito, e de que basta um coração aberto à luz e ação do Divino Espírito Santo, pronto a fazer a vontade Santíssima de Deus, para que as coisas ao redor se acomodem. Como bem diz o ditado popular, “no andar da carruagem as abóboras se acomodam”. E foi, de fato, o que aconteceu, pois os cariocas, ao invés de quererem nos expulsar do ônibus porque estávamos fazendo barulho, se deixaram contagiar pela alegria característica da Jornada.

Neste mesmo dia, que era a quarta-feira da jornada, ainda com chuva, visitamos a Feira das Vocações. Este lugar me deixou comovida e alegre pelos diversos carismas que lá encontramos: congregações religiosas, movimentos de leigos que eu conhecia, e outros que nunca havia ouvido falar, mas que foi muito interessante conhecer. A diversidade de dons e carismas da Igreja, para mim, é uma riqueza insondável, e confirma a palavra da Escritura de que o Espírito sopra onde quer. Ali, na feira, em meio a vários irmãos e irmãs de carismas diferentes do nosso, mas todos com o mesmo sorriso no rosto por se saberem parte deste mesmo Corpo de Cristo, percebi que, de fato, “o Espírito sopra onde quer”. Ao mesmo tempo que me deparei com diferentes carismas, encontrei também pessoas com o mesmo carisma que vivo no Regnum Christi, e este encontro especial fortaleceu em mim o que há algum tempo eu já sabia: o de que nasci para este carisma. Ter a certeza de nosso lugar na Igreja traz alegria e paz ao coração.

Nos dias subseqüentes, tudo foi pura luz e graça. Os momentos no ônibus eram sempre os mais divertidos, e também no metrô, onde novamente encontramos o pessoal do Recife. Os rostos se alegraram novamente com o encontro, e o metrô inteiro era só diversão e alegria. Muita amizade se firmou entre nós. Daí em diante já não havia mais qualquer tipo de estranheza entre o nosso grupo e o do Recife. Nem preciso dizer que o companheirismo, a caridade e a alegria dos membros do grupo me contagiou e emocionou. Andávamos sempre todos juntos, as peregrinações que fazíamos eram difíceis e cansativas, mas se alguém tivesse algum problema, todo o grupo – ou ao menos parte dele, de forma previamente combinada – parava para esperar aquela pessoa. De modo especial, as consagradas do Regnum Christi que nos acompanhavam, eram pura caridade e compreensão. O amor entre os membros era algo muito forte, e isso tornou, para mim, a jornada ainda mais especial, pois penso que, onde abunda o amor, superabunda a graça de Deus. E, de fato, graça foi o que não faltou nesta Jornada Mundial da Juventude.

Na quinta-feira à noite, ocorreu um dos momentos que eu mais esperava na vida, e na Jornada: o encontro com o Vigário de Cristo. Lembro-me que fiquei apertadinha em frente à passarela em que ia passar o papamóvel, recebendo empurrões de várias pessoas, mas, muito embora aquilo me incomodasse, permaneci firme no meu propósito: ficar ali e conseguir um bom lugar para ver o Papa Francisco. E assim foi. O Papa passou e eu o vi, olhando em nossa direção. Quando chegou perto do lugar onde estávamos, a organização achou por bem acelerar o papamóvel, pois a praia era extensa e, no início da peregrinação, o papamóvel fora em ritmo bem lento. Então, ele passou por nós em frações de segundos. Mesmo assim, eu o vi, olhei para seu rosto, e vi que olhava em nossa direção. Foi um momento muito especial.

Na sexta-feira, momento da via-sacra, ficamos a uns trezentos metros, mais ou menos, do palco. Ao longe eu podia enxergar a poltrona onde o Papa Francisco estava sentado. Aquele pontinho branco lá no fundo, que foi a principal razão pela qual eu me movimentei para ir à Jornada. Poder ver de pertinho o Vigário de Cristo foi uma experiência única em minha vida.

A peregrinação e vigília em Copacabana foram, também, muito especiais. Foi incrível adorar o Santíssimo Sacramento ajoelhada em um colchão, na areia da praia. Dormir em Copacabana foi ainda mais incrível! Uma indiada em família, com a família Regnum Christi.

Com certeza valeu muito à pena!

Mas, de todos os momentos maravilhosos e especiais da Jornada, o que mais me tocou foi a Missa com o Santo Padre, o Papa Francisco. De certo modo, era o momento mais esperado por mim durante a Jornada. Assistir a uma Missa com o Papa! Que coisa maravilhosa. E eu sabia que a comunhão naquela Missa não seria como as comunhões ordinárias – que de ordinárias nada tem, mas por assim dizer -, mas que Jesus, amoroso como só Ele é, tocaria o meu coração de uma forma muito especial. E de fato, tocou. A comunhão na Missa com o Papa foi uma das mais consoladoras da minha vida até então.  Quando entrei na fila da comunhão, vi que o ministro que distribuía a Eucaristia, sempre quando via que os jovens estavam emocionados – e havia muitos -, tocava-lhes amorosamente o rosto, com um gesto de profundo carinho e amor. Não houve gesto, para mim, mais profundo durante toda a jornada. Aquele ministro, naquele momento, representava o amor e o carinho profundos de Cristo pela sua amada juventude. E eu me emocionei só de ver a fé e devoção daqueles jovens que estavam ali emocionados com aquele momento, e com aquela grande graça de receber a Cristo na Jornada Mundial da Juventude, na presença do querido e amado Papa Francisco.

Quanto mais se aproximava o momento da minha comunhão, mais as lágrimas vertiam de meu rosto, e a emoção se apoderava do meu coração. Eu não sabia definir o que se passava comigo; a única coisa que eu tinha a certeza era que o carinho de Cristo por mim era muito grande, mas tão grande, e eu tão indigna, e tão pequena, senti que o amor de Cristo por mim perpassava as minhas forças, e curava as feridas do meu coração chagado pelas manchas do pecado original. O amor de Cristo por mim me arrebatava de mim mesma. Então chegou o meu momento de comungar. O consolo de me saber infinitamente amada por Cristo, e a graça de poder sentir esse amor até as minhas entranhas, até as
profundezas de minha alma, foi o que senti naquele momento. O ministro tocou o meu rosto prenhe de lágrimas com muita delicadeza, sorriu para mim, e continuou tocando meu rosto.

Aquele gesto, naquele momento, representou o carinho de Cristo por mim. Minha alma estava repleta de alegria e paz. No fundo da minha alma, a mensagem era: “Não temas. EU TE AMO! Te amo tanto, e te levarei sempre em segurança por onde fores. Não temas! Crê no meu amor. Ele está aqui, basta pegá-lo, se apoderar dele. Te amo, te amo!” E os “eu te amos” só se multiplicavam no meu coração. Senti Cristo tocando a minha mão, sorrindo comigo e me dizendo que não precisava me preocupar com nada, mas apenas crer no Seu amor, porque Ele está no comando de tudo, e jamais me deixará sozinha em uma situação difícil. Pude sentir também que Ele sempre estava comigo.  A consciência da Sua presença naquele momento alegrou e tranqüilizou o meu coração. Agora, após a Jornada, tento fazer com que dêem frutos as sementes plantadas em meu coração pelo amor de Cristo, mediado pelo Papa Francisco. Quero crescer diariamente, regar essas sementes, para que meu coração seja terreno fértil à ação do Espírito Santo. Que eu, como Maria, possa me esconder à sombra do Altíssimo, dizendo sim a cada missão por Ele proposta no quotidiano da vida, onde devo e quero ser sal da terra e luz do mundo. Rezemos uns pelos outros. Vamos juntos nesta caminhada.

Jennifer Gama

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